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MASTITE CAUSADA POR Klebsiella pneumoniae

  • Foto do escritor: Ketlyn Lima
    Ketlyn Lima
  • 19 de mar.
  • 4 min de leitura

A Klebsiella pneumoniae é uma bactéria Gram-negativa classificada no grupo dos coliformes, que possui cápsula, formato de bastonete, além de ser anaeróbia facultativa e imóvel (Langoni et al., 2015). Essa bactéria é comumente encontrada no solo, nas camas de matéria orgânica, principalmente de serragem, e no trato gastrointestinal dos animais, e por isso é frequentemente eliminada pelas fezes (Wenz et al., 2001; Munoz et al., 2006; Radostits et al., 2007). De forma oportunista, as cepas patogênicas de Klebsiella pneumoniae invadem o organismo dos bovinos, como por exemplo o úbere, causando mastite clínica de severidade considerável (Sheldon et al., 2010).


Na camada externa da parede celular da Klebsiella pneumoniae existem os lipossacarídeos (LPS - Figura 1), que são endotoxinas liberadas durante sua multiplicação ou morte, com alta capacidade pró-inflamatória. Sabe-se que a glândula mamária das vacas leiteiras é muito sensível à ação do LPS, na qual essa substância  desencadeia alterações na permeabilidade vascular e atrai células de defesa para o local da infecção, resultando no edema de úbere, aumento da contagem de células somáticas (CCS) e queda da produção de leite.


(Fonte: Prof. Ary Fernandes Júnior - UNESP Botucatu-SP).
(Fonte: Prof. Ary Fernandes Júnior - UNESP Botucatu-SP).

Figura 1. Representação esquemática da camada de LPS presente na parede celular das bactérias Gram negativas.


Além de se disseminar na glândula mamária, essa bactéria também pode atingir a circulação sanguínea, dando início às reações inflamatórias e assim os sinais clínicos sistêmicos são observados, tais como febre, anorexia, desidratação, apatia, toxemia e  a rápida evolução do quadro clínico pode levar o animal subitamente à óbito (Lohuis et al., 1900; Radostits et al., 2007).


A transmissão desse agente ocorre nos intervalos entre as ordenhas, onde a contaminação pode ocorrer pelo contato do úbere com fezes, urina, barro e camas orgânicas, quando o esfíncter do teto ainda se encontra aberto. Os casos de mastite causados pela Klebsiella são caracterizados por maior duração e geralmente maior gravidade do que mastites causadas por outros agentes ambientais.


A vaca leiteira infectada pela Klebsiella também pode se tornar crônica, pela alta capacidade do agente em penetrar nos tecidos mais profundos da glândula mamária, podendo apresentar vários casos de mastite ao longo da lactação.  Além disso, esse agente possui baixa resposta a terapia antimicrobiana, e assim as infecções persistentes levam à cronificação e consequentemente ao aumento da taxa de descarte de animais positivos (Santos e Alessi, 2016).


  Épocas chuvosas fazem com que o ambiente fique propício a sua propagação, aumentando a umidade, acúmulo de dejetos e dificultando a limpeza do ambiente de permanência dos animais (Munoz et al., 2006). Apesar de ser um agente muito associado a serragem, camas de matéria orgânica do compost barn ou do free stall, a Klebsiella também tem sido isolada em muitos rebanhos em sistema a pasto. Desta forma, o método mais eficaz para o controle desse patógeno é o manejo adequado dos animais e do ambiente, a limpeza e desinfecção dos tetos antes da ordenha, além da imunização.


A vacina autógena é a única disponível no mercado brasileiro que possui em sua composição cepas de Klebsiella pneumoniae. Em sua formulação entram apenas agentes isolados especificamente de cada propriedade, tendo como objetivo o aumento da imunidade específica dos animais, para que combatam os agentes presentes diariamente no ambiente em que estão. Este trabalho inicia-se pela coleta de amostras de leite que serão submetidas à cultura microbiológica e PCR para identificação e isolamento dos agentes causadores de mastite em cada propriedade.


Em diversas propriedades leiteiras atendidas pelos consultores da Inata biológicos, as principais queixas ao se diagnosticar a Klebsiella eram mastites ambientais graves causando maiores perdas econômicas. Os principais relatos após o início dos trabalhos com a vacina autógena para mastite contendo a Klebsiella são: diminuição de CCS, redução de gravidade de casos e redução dos casos clínicos. Esses parâmetros de qualidade do leite alterados pela vacinação denotam a melhoria na saúde dos animais, diminuindo assim todos os prejuízos atrelados à mastite.

 

No processo de fabricação da vacina autógena de Klebsiella pneumoniae da Inata biológicos utiliza-se a tecnologia do extrato proteico, a qual consiste na extração de proteínas da superfície de membrana da bactéria que são conhecidamente imunogênicas. O objetivo dessa tecnologia é minimizar possíveis reações vacinais exacerbadas, aumentando a segurança sem comprometer a eficácia da vacina. Entre em contato com a equipe de bovinos da Inata biológicos para saber mais!

 

 

REFERÊNCIAS

 

  • LANGONI, H.; GUIDUCE, M.V.S.; NÓBREGA, D.B.; et al. Research of Klebsiella pneumoniae in dairy herds. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.35, n.1, p.9-12, 2015.

  • https://doi.org/10.1590/S0100-736X2015000100003

  • LOHUIS, J.A.C.M; SCHUKKEN, Y.H.; HENRICKS, P.A.J.; et al. Preinfection functions of blood polymorphonuclear leukocytes and the outcome of experimental Escherichia coli mastitis in the cow. Journal of Dairy Science, v.73, n.2, p.342-350, 1990.

  • https://doi.org/10.3168/jds.S0022-0302(90)78679-1

  • MUNOZ, M.A.; AHLSTROM, C.; RAUCH, B.J. Fecal shedding of Klebsiella pneumoniae by dairy cows. Journal of Dairy Science, v.89, n.9, p.3425-3430, 2006.

  • https://doi.org/10.3168/jds.S0022-0302(06)72379-7

  • RADOSTITS, O.M.; GAY, C.C.; HINCHCLIFF, K.W.; CONSTABLE, P.D., Veterinary medicine: a textbook of the diseases of cattle, horses, sheep, pigs, and goats. 10. ed. Spain: Saunders Elsevier, 2156p, 2007.

  • SANTOS, R. L.; ALESSI, A.C. Patologia veterinária. 2ed. Rio de Janeiro: Editora Roca, 2016, 856p.

  • SHELDON, I.M.; RYCROFT, A.N.; DOGAN, B.; et al. Specific strains of Escherichia coli are pathogenic for the endometrium of cattle and cause pelvic inflammatory disease in cattle and mice. PLos ONE, v.5, n.2, p.1-14, 2010.

  • https://doi.org/10.1371/journal.pone.009192

  • WENZ, J.R.; BARRINGTON, G.M.; GARRY, F.B.; et al. Bacteremia associated with naturally occuring acute coliform mastitis in dairy cows. Journal of the American Veterinary Medical Association, v.219, n.7, p.976-981, 2001.

  • https://doi.org/10.2460/javma.2001.219.976


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