A vacinação de peixes no Brasil tem se consolidado como uma prática essencial para a saúde e produtividade da aquicultura nacional. Com o crescimento da produção de espécies como a tilápia, a necessidade de estratégias eficazes de imunização tornou-se evidente.
Origens e Desenvolvimento Inicial
A introdução da vacinação na aquicultura brasileira remonta às décadas de 1980 e 1990, quando surtos de doenças bacterianas e virais afetaram significativamente a produção de peixes. Nesse período, pesquisadores e profissionais da área começaram a explorar métodos de imunização para controlar e prevenir essas enfermidades.
A busca por vacinação pelos piscicultores no Brasil foi impulsionada por uma série de fatores que envolvem tanto desafios sanitários quanto econômicos. Entre os principais motivos estão:
1. Surtos de Doenças e Mortalidade
A principal motivação para a adoção de vacinas foi o aumento de surtos de doenças em diversas espécies de peixes, como a tilápia. Doenças bacterianas e virais, como a estreptococose (causada por Streptococcus agalactiae) e a Necrose Infecciosa de Baço e Rins resultaram em altos índices de mortalidade nos plantéis, impactando diretamente na produção e os lucros dos piscicultores.
2. Aumento da Demanda por Produção Sustentável
À medida que a aquicultura foi crescendo no Brasil, houve uma crescente pressão por práticas mais sustentáveis e eficazes para o controle de doenças, evitando o uso excessivo de antibióticos e outros tratamentos químicos. O uso de vacinas apareceu como uma alternativa mais saudável e ecológica, além de não ser impactante para o meio ambiente.
3. Necessidade de Melhorar a Produtividade
Com a evolução da piscicultura comercial, os produtores começaram a perceber que a saúde dos peixes estava diretamente ligada à sua produtividade. A vacinação ajudava a reduzir as perdas por doenças, o que se traduzia em maior rendimento na produção, com menos custos relacionados à mortalidade de peixes.
4. Exigências do Mercado
À medida que a aquicultura brasileira se expandia, os mercados internacionais começaram a exigir padrões mais elevados de qualidade e segurança alimentar. A vacinação, associada a uma gestão sanitária adequada, tornou-se uma forma de garantir a qualidade do pescado e atender às exigências de mercados externos, especialmente os europeus e norte-americanos, que possuem rígidos controles sanitários.
5. Redução do Uso de Produtos Químicos
O uso excessivo de antibióticos e outros medicamentos químicos, além de ser nocivo ao meio ambiente e à saúde pública, foi um incentivo para a busca de alternativas. As vacinas se mostraram uma solução mais eficaz e menos invasiva, permitindo que os piscicultores controlassem as doenças sem depender de tratamentos químicos que poderiam afetar a qualidade do produto final.
6. Custo-Benefício
Embora o custo inicial da vacinação possa ser mais alto, a longo prazo, ela se mostrou uma solução mais econômica devido à redução da mortalidade, à melhora do desempenho zootécnico do plantel e à diminuição dos custos com medicamentos, reduzindo os prejuízos relacionados à perda de peixes.
Esses fatores combinados criaram uma forte necessidade dos piscicultores por alternativas de manejo sanitário mais eficientes, com a vacinação se consolidando como a melhor opção para melhorar a saúde dos rebanhos e a sustentabilidade da atividade.
Avanços Tecnológicos e Pesquisa
Com o avanço da pesquisa científica, diversas instituições brasileiras passaram a desenvolver vacinas específicas para peixes, como o Instituto de Pesca de São Paulo e a Embrapa Pesca e Aquicultura. No entanto, a grande ascensão de novas tecnologias e formulações ocorreu nos últimos anos, por meio de empresas de biológicos que têm interesse em oferecer soluções rápidas, confiáveis e que atendam às necessidades dos produtores brasileiros.
Práticas de Vacinação na Aquicultura Brasileira
Atualmente, a vacinação de peixes no Brasil é realizada principalmente por injeção na cavidade celomática. Essa metodologia tem se mostrado eficaz na prevenção de doenças como a estreptococose. Estudos indicam que a combinação da vacinação com o uso de aditivos e imunoestimulantes, como prebióticos e probióticos, pode potencializar a resposta imunológica dos peixes.
Desafios e Perspectivas Futuras
Apesar dos avanços, a vacinação de peixes no Brasil enfrenta alguns desafios, como o equilíbrio entre a quantidade de patógenos a serem prevenidos no atual cenário sanitário e a capacidade imunocompetente da principal espécie cultivada no Brasil, a tilápia. Além disso, há a necessidade de adaptação de métodos de vacinação para alguns sistemas de cultivo e a automação dos processos vacinais. A pesquisa contínua e a colaboração entre instituições científicas e a indústria são fundamentais para superar esses obstáculos e garantir a sustentabilidade da aquicultura nacional.
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Referências Bibliográficas
Instituto de Pesca de São Paulo. "Você sabia que peixe também toma vacina?" Disponível em: https://www.pesca.sp.gov.br/blog/ip-na-midia-16/voce-sabia-que-peixe-tambem-toma-vacina-8013
Embrapa Pesca e Aquicultura. "Princípios básicos de sanidade de peixes." Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1083550/principios-basicos-de-sanidade-de-peixes
Instituto de Pesca de São Paulo. "EFICÁCIA DE VACINA DE IMERSÃO BIVALENTE EM ASSOCIAÇÃO COM PREBIÓTICO E PROBIÓTICO NA PREVENÇÃO DE ESTREPTOCOCOSE EM TILÁPIAS." Disponível em: https://www.pesca.sp.gov.br/web/content/5380?download=true&unique=8fdd2c4f685ae65bda61956eeee670637bc13b89
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