A produção agropecuária brasileira vem sofrendo grandes mudanças ao longo dos anos, seguindo principalmente o caminho trilhado pela suinocultura e avicultura, onde o foco está na prevenção e controle das doenças.
A bovinocultura está passando por um período de reestruturação da cadeia produtiva, onde produzir com qualidade e de forma sustentável é necessário para atender às expectativas dos consumidores mundo afora.
Ligado a isto, está a necessidade do uso da medicina preventiva para evitar maiores gastos em tratamentos onerosos, que geram além de custos, perda de produção e prejuízo no desempenho do rebanho.
Existem várias doenças que podem afetar a qualidade dos produtos de origem animal, como no caso da carne e do leite, tais como: Mastite, Diarreia, Tristeza Parasitária, Pneumonia, Clostridioses, Leptospirose, Afecções Podais e várias outras, que podem ser prevenidas e controladas.
Quais as formas mais adequadas de lidar com a saúde na bovinocultura?
O consumidor é cada dia mais exigente com a qualidade e a origem do alimento que consome. A concorrência e as margens de lucro são cada vez mais apertadas. A mão de obra, mais escassa. Por esses e outros motivos, o produtor precisa buscar formas mais adequadas para lidar com a saúde dos seus animais, tais como:
Prevenir e controlar doenças na bovinocultura, para poder oferecer alimentos livres de antibióticos, por exemplo, pois estes alimentos são cada vez mais buscados e valorizados no mercado. Inclusive novas normativas vêm surgindo para atender a esta demanda.
Ter um bom programa vacinal.
Se utilizar mais da tecnologia para conseguir produzir de maneira mais eficaz, econômica e competitiva.
O papel das tecnologias frente a prevenção de doenças
Toda nova tecnologia e técnica de manejo leva tempo para ser aceita e implementada pelos produtores, principalmente por questões culturais presentes na pecuária brasileira. É preciso, por exemplo, perder o costume de medicar, e passar a prevenir, usando métodos de manejo para melhorar o desempenho e o bem-estar, tanto dos animais, quanto das pessoas envolvidas no negócio.
É de grande importância procurar sempre a assistência técnica capacitada e engajada em todos os aspectos que envolva o desenvolvimento profissional da bovinocultura, usando novas tecnologias de manejo sanitário, reprodutivo e alimentar.
Dentre estas tecnologias, a medicina preventiva vem se destacando, com o uso de vacinas e mudanças simples de manejos, alcançando resultados muito satisfatórios, principalmente quando se refere ao aumento da produção do rebanho e à economia no uso de quimioterápicos, que além de seu alto custo, leva ao descarte do leite e a longos períodos de carência para consumo de produtos provenientes de animais tratados.
A prevenção de doenças se faz necessária, visto que todas elas podem deixar sequelas em animais de produção que afetarão toda a vida produtiva e reprodutiva do rebanho.
Características e particularidades das doenças
Mastite: afeta não só a capacidade produtiva das vacas em lactação, mas também pode culminar em perdas da função da glândula mamária afetada, e ainda prejudicar diretamente a qualidade e o tempo de conservação do leite e de seus derivados.
Diarreia, Tristeza Parasitária e Pneumonia: em animais jovens prejudicam principalmente o ganho de peso e desenvolvimento dos mesmos, causando consequências muitas vezes irreversíveis, que podem levar o animal a morte ou impedir que expresse sua capacidade genética quando chegar à fase produtiva.
Clostridioses: podem causar desde diarreia a graves enfermidades, podendo resultar na perda não só de um animal, mas de uma quantidade representativa do rebanho. Quando instaladas, dificilmente são tratadas com antibióticos, levando ao aumento da mortalidade.
Leptospirose: pode causar desde mastite nas vacas em lactação, a severos quadros de aborto e infertilidade, tendo como consequências o aumento do intervalo entre partos, resultando na diminuição da produção de leite e no nascimento de bezerros.
Afecções Podais: diminuem a ingestão de alimento pelos animais, resultando em uma brusca perda de peso, que afeta o sistema imunológico e culmina em uma reação em cascata de vários outros problemas.
Quais medidas de controle e prevenção devem ser tomadas?
Diante das inúmeras enfermidades que podem acometer o rebanho bovino, concluímos que é mais viável investir na prevenção destas enfermidades do que gastar com tratamentos, evitando assim custos de produção ainda mais altos.
Dentre as várias medidas de controle e prevenção que podem ser tomadas, é importante, por exemplo, fazer o manejo de limpeza e retirada de dejetos e a higiene pessoal dos colaboradores, dos materiais e equipamentos usados, pois são pouco representativos junto aos custos da propriedade.
O uso de vacinas também ajuda a evitar ou, pelo menos, amenizar a presença de diversas enfermidades que afetam a bovinocultura.
Prevenir e controlar doenças em bovinos de leite é uma excelente forma de obter melhores resultados no seu negócio, pois, além de ajudar na redução dos custos de produção, haverá um aumento na produtividade e na lucratividade, atendendo também às demandas crescentes do mercado mundial por produtos de origem animal sem resíduos veterinários, de excelente qualidade e confiáveis.
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